Em um país como o Brasil, com pouca propensão a desastres naturais como terremotos e furacões, o grande risco enfrentado na engenharia civil é relacionado com o mau uso ou construção inadequada das edificações.
O sistema de incêndio é essencial para a aprovação de qualquer obra de médio ou grande porte. Quando as exigências não são cumpridas, o corpo de bombeiros pode aplicar penalidades como multa e embargo.
Ainda que o projeto preveja um sistema de incêndio condizente quando a construção estiver finalizada, a fiscalização pode acontecer em qualquer estágio da obra e, durante este período, é essencial que as medidas de segurança sejam tomadas, levando em conta as especificidades de um canteiro de obras. A seguir, observe alguns pontos importantes:
Riscos intrínsecos ao canteiro de obras
A construção envolve mais riscos do que a maior parte das possíveis futuras utilizações de uma edificação.
A incompletude dos sistemas hidráulico e elétrico acrescenta uma dificuldade extra em caso de sinistros tanto para a fuga, quanto para a extinção. Outras formas de segurança passiva, como porta corta-fogo, podem ainda não ter sido implantadas.
Ao mesmo tempo, o canteiro de obras possui grande quantidade de materiais inflamáveis, combustíveis ou explosivos (cola, solvente, tinta, papel de parede, madeira, verniz, gás, etc.) e comumente produz faíscas ou utiliza de chamas nos processos de construção — uma combinação que exige muito cuidado e precaução.
A importância da prevenção
Um sistema de incêndio visa, antes de tudo, evitar a ocorrência de sinistros. Quando estes ocorrem, entra em ação a segunda parte do sistema, direcionada à segurança das pessoas, ao isolamento e contenção do foco de incêndio e, finalmente, a sua extinção.
As medidas de prevenção e combate podem ser divididas em ativas, quando as pessoas precisam executar um procedimento para que funcionem (utilizar o hidrante ou disparar o alarme, por exemplo) e passivas (como lâmpadas à prova de explosão e corredores suficientemente largos para evacuação).
A prevenção, por sua vez (muito mais desejável que o combate ao fogo), pode ser dividida também em dois grandes focos:
Plano de manejo
Onde instalar hidrantes? Qual a melhor rota de fuga? Quais materiais e equipamentos inflamáveis ou combustíveis estarão presentes, e qual a forma mais segura de armazená-los, transportá-los e utilizá-los? Que sinalizações são necessárias e onde colocá-las?
Tudo isso deve fazer parte do seu projeto antes mesmo do início da obra, garantindo a segurança pessoal e estrutural.
Treinamento
Os profissionais devem estar cientes dos riscos envolvidos na manipulação dos diferentes materiais com que trabalham, assim como os locais onde não se deve fumar, produzir faíscas ou gerar elevação de temperatura.
Palestras e workshops diminuem significativamente a possibilidade de sinistros ocasionados por falha humana e ainda ensinam os procedimentos de evacuação e combate ao fogo no caso de incidentes, preservando a vida humana.
Por mais desagradável que seja pensar em um incêndio em sua obra, a única forma de evitá-lo (ou, se preciso, minimizá-lo) é preparando-se. Não seja relapso com o sistema de incêndio, ele garantirá a segurança dos trabalhadores e a preservação da sua edificação.
Ainda que os bombeiros nunca se apresentem durante a obra para fazer a fiscalização, tenha sempre profissionais capacitados para assegurar que as medidas de segurança serão implementadas e mantidas durante todo o processo de construção.
Esperamos que este texto tenha lhe ajudado a entender a importância do sistema de incêndio e sua relação direta com a qualidade da obra. Para saber mais, conheça a SK e assine nossa newsletter e esteja a par de todos os pormenores da construção civil!